quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Importância da MATA ATLÂNTICA

MATA ATLANTICA

     A Mata Atlântica ocupava mais de 1 milhão de quilômetros quadrados (1.110.182km²), do território nacional, correspondente a 13,04% da área total do Brasil, (veja as tabelas 1 e 2), se  estendendo desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Passando pelos territórios dos estados do Espírito Santo, Rio de janeiro e Santa Catarina, e parte do território do estado de Alagoas, Bahia, Goiás, Mata Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe.
   Apresentava uma variedade de formações, englobando um diversificado conjunto de ecossistemas florestais com estrutura e composições bem diferenciadas, que acompanhava as características climáticas da região de ocorrência.


Tabela 1
  
     
Tabela 2

      A Mata Atlântica é muito diversificada e toda sua extensão, tendo dentro da mesma variados ecossistemas os quais podemos destacar: Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Aberta, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Estacional Decidual, Floresta Estacional Semidecidual, Mangues e Restingas.
    Muitas das espécies de fauna e flora que vivem na Mata Atlântica são endêmicas dessas regiões, não sobrevivendo assim em outros lugares do planeta.
     Nos anos de 1500, com a chegada de Cabral e sua tripulação no Brasil, iniciou-se o período da desagregação, destruição da Floresta Atlântica, onde esta nunca mais foi a mesma. Os primeiros desbravadores das terras tupiniquins a chegarem no inicio da colonização acreditavam que o "paraíso da terra" estava nas Américas. 
      A floresta era ocupada por grupos indígenas tupis, que praticavam a agricultura em perfeita harmonia com a natureza.
         Em contrapartida, a relação do colonizador com a floresta e seus recursos naturais, foi desde sempre predatória, levando a supressão de enormes áreas da floresta para a expansão de lavouras e assentamentos urbanos e a adoção de práticas descontroladas de exploração seletiva e exaustiva de espécies como o pau-brasil.

     O inicio da destruição da mata atlântica aconteceu com o monopólio da exploração do pau-brasil  pela Coroa portuguesa, que só terminou em 1859, sem nenhum cuidado, tendo durado mais de três séculos de extração predatória. Calculá-se que 70 milhões de árvores foram levadas para a Europa.
     Mas a exploração da mata Atlântica não se limitou ao pau-brasil, outras madeiras de alto valor para a construção naval, edificações, móveis e outros usos, como: (tapinhoã, sucupira, canela, canjarana, jacarandá, araribá, pequi, jenipaparana, peroba, urucurana e vinhático), também foram intensamente exploradas até a beira da extinção.
      "Segundo relatórios da virada do século XIX, em Iguapé, cidade do litoral sul do Estado de São paulo, não havia mais dessas árvores num raio de 60km da cidade". Isso se repetiu em toda faixa de florestas costeiras do Brasil. A maioria das matas consideradas "PRIMÁRIAS" e hoje colocadas sobre proteção de Unidades de conservação foram desfalcadas.
    Outro grande agravante era a retirada de epífitas (bromélias e orquídeas), também responsável pela devastação de grandes áreas, uma vez que, as árvores eram derrubadas para facilitar a extração dessas plantas.
      Além da exploração dos recursos florestais de Mata Atlântica, espécies da fauna eram capturadas para comercialização de suas peles, suas penas e plumas e suas carapaças:  Tais animais são: onças, veados, lontras, capivaras, cutias, pacas, jaguatiricas, cobras, jacarés, antas, aves de todos os tipos e tartarugas.
      No mesmo período de extração do pau-brasil, as terras férteis do nordeste brasileiro que estavam na Mata Atlântica eram utilizadas para produção do açúcar, onde derrubavam a floresta, e plantavam enormes canaviais, assim causando a extinção quase total da floresta, e originando hoje em dia uma terra seca, árida e pobre com pouca precipitação, onde virou um deserto.
    Depois do século XVII, a floresta continuou sendo derrubada, e no século XVIII, teve inicio a descoberta do ouro, propiciando ainda mais grandes degradações na mata.
       Mas foi o ciclo do café, que mais devastou a floresta, se dando até meados do século XIX..
    Atualmente, a Mata Atlântica sobrevive com cerca de 100 mil Km², seus principais remanescentes concentram-se nos estados das regiões Sul e Sudeste, recobrindo parte da Serra do Mar e da Serra da Mantiqueira.
       Segundo estudos, entre 1990 a 1995, mais de meio milhão de hectares (500.317ha) de florestas foram destruídas em nove estados, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, que concentram aproximadamente 90% do que resta da Mata Atlântica no país.
PS: (Extensão equivalente a mais de 714 mil campos de futebol literalmente eliminados do mapa em apenas cinco anos, a uma velocidade de 1 campo de futebol derrubado a cada 4 minutos.)
     Da Mata Atlântica original, restaram apenas 456 manchas verdes, irregulares distribuídas pela costa atlântica brasileira.
       Se essa degradação desenfreada continuar nesse ritmo acelerado, em menos de 50anos, o que sobrou da Mata Atlântica fora dos Parques e das Unidades de Conservação serão eliminados completamente.
            
IMPORTÂNCIA DA MATA ATLÂNTICA

     A Mata Atlântica é muito importante por toda sua biodiversidade. A fauna endêmica é formada por anfíbios, mamíferos e aves das mais variadas espécies. É uma das áreas mais sujeitas a precipitações no Brasil. As chuvas são orográficas (chuvas de relevo), em função das elevações do planalto e das serras.
     Da flora, 55% das espécies arbóreas e 40% das não-arbóreas são endêmicas (só existem na Mata Atlântica). Das bromélias , 70% são endêmicas, palmeiras 64%. Estima-se que 8 mil espécies vegetais sejam endêmicas da Mata Atlântica. Dos mamíferos dessa floresta 39% são endêmicos, inclusive mais de 15% dos primatas, como o Mico-leão-dourado. Das aves 160 espécies, e dos anfíbios 183, são endêmicos da Mata Atlântica.
     A variedade de ecossistemas na Mata Atlântica se explica devido as características climáticas das regiões onde ocorrem e tendo como elemento comum a exposição dos ventos úmidos que sopram do oceano, o que abre caminho para o transito de animais, o fluxo gênico das espécies e as áreas de tensão ecológica, onde os ecossistemas se encontram e se transformam.
        Alguns exemplos de espécies da fauna e flora:  
        Vegetais, sendo espécies arbóreas e não-arbóreas.
 
   

  • pau-brasil;
  • cedro;
  • canela;
  • ipê;
  • jacarandá;
  • jatobá;
  • jequitibá;
  • palmeira;
  • epífitas;
  • cipós;
  • etc...
       Animais, são mais de 261 espécies de mamíferos, 1.020 espécies de pássaros, 197 de répteis, 340 de anfíbios e 350 de peixes.


 



  • mico-leão-dourado;
  • onça-pintada;
  • bicho-preguiça;
  • capivara;
  • tamanduá-bandeira;
  • tatu-peludo;
  • jaguatirica;
  • cachorro-do-mato;
  • jararaca;
  • jacaré-do-papo-amarelo;
  • cobra-coral;
  • sapo-cururu;
  • perereca-verde;
  • rã-de-vidro;
  • peixes dourado;
  • pacu;
  • traíra;
  • etc...



      Sem falar de insetos e demais invertebrados e das espécies que ainda não foram descobertas pela ciência.
        Outro número impressionante da fauna se refere ao endemismo das espécies. Das 1.711espécies de vertebrados que vivem ali, 700 são endêmicas, sendo 55 espécies de mamíferos, 188 de aves, 60 de repteis, 90 de anfíbios e 133 de peixes. Esses números que impressionam indicam esse bioma como com  a maior biodiversidade do planeta.
         A Mata Atlântica abriga hoje 383 dos 633 animais ameaçados de extinção no Brasil de acordo com o Ibama.
     Outra grande importância da Mata Atlântica é a  riqueza de águas. As regiões tem alto índice pluviométrico devido às chuvas de encosta causadas pelas montanhas que barram a passagem das nuvens. Se a água é essencial para dar vida a um bioma como a Mata Atlântica, suas florestas têm um papel vital para a manutenção dos processos hidrológicos que garantem a qualidade e volume dos cursos d'água. Além disso, as atividades humanas desenvolvidas dentro do bioma também dependem da água para a manutenção da agricultura, da pesca, da industria, do comércio, do turismo, da geração de energia, das atividades recreativas e de saneamento.
     Na Mata Atlântica estão localizadas as sete das nove grandes bacias hidrográficas do Brasil, alimentadas pelos rios São Francisco, Paraíba do sul, Doce, Ribeira de Iguape e paraná. As florestas asseguram a quantidade e qualidade da água potável que abastece mais de 110 milhões de brasileiros em aproximadamente 3,4 mil municípios inseridos no bioma.
    O desmatamento é um fator muito agravante da crise hídrica, já que a supressão da vegetação, principalmente em áreas de mata ciliar, acarreta no assoreamento dos cursos d'água e até desaparecimento de mananciais. A poluição por esgoto, lixo e agrotóxicos afeta a vida dos rios, podendo levá-los à morte e tornando a água imprópria para uso.
     Dessa forma, precisamos tanto respeitar essa floresta, como fazer algo para que ela não morra. O dever é de cada um de nós, então façamos a nossa parte, se não, somos nós mesmos que vamos chorar la na frente!!
      SALVEMOS A MATA ATLÂNTICA!